
A
Abadia de Santa Maria de Alcobaça foi construída pelos monges de Cister entre 1178 e 1254, seguindo o modelo da sua casa mãe da Ordem de Cister em Claraval, França. Visto por fora, o Mosteiro, com um comprimento de cerca de 220 metros, é formado por três corpos - a Igreja, cuja fachada atinge os 43 metros de altura e as Alas Norte e Sul, onde, respectivamente, se situavam os aposentos dos reis e da corte em visita, e as
residências do Abade e dos Monges. Da fachada original vêem-se as ameias na cobertura lateral, o portal gótico e os janelões laterais. Os torreões barrocos são um acrescento do século XVIII, aquando das grandes obras pombalinas dirigidas por Frei João Turriano. A Igreja, a maior de Portugal, tem três naves de doze tramos cobertas por
abóbadas ogivais que culminam num transepto formado por três naves, onde à direita se encontra o túmulo de D. Pedro I e à esquerda o túmulo de D.ª Inês de Castro. Estes dois túmulos góticos, de cerca de 1360, são o testemunho da trágica história de amor entre estes dois personagens da História de Portugal.

Ainda
no transepto pode-se ver o Deambulatório e a capela de S. Bernardo com belo conjunto de estátuas barrocas, em terracota, representando a morte de S. Bernardo - o fundador da Ordem de Cister. Na sala dos Túmulos estão os túmulos medievais dos reis D. Afonso II e D. Afonso III, suas esposas e infantes.
Pela
cabeceira da Igreja faz-se o acesso à sacristia Joanina, séc XVIII, através de um espantoso portal manuelino da autoria de João de Castilho, séc XVI, bem como às Capelas das Relíquias e do Senhor dos Passos, ambas em estilo barroco.

É em redor do Claustro de D. Dinis
que se situam as principais dependências do Mosteiro, cujo
acesso se faz pelo lado esquerdo da Igreja. No piso inferior do
Claustro, com decoração gótica datada do reinado de D. Dinis,
séc. XIV, encontra-se a sala do Capítulo com esculturas
seiscentistas, a Sala dos Monges em socalcos, devido ao desnível
do terreno, o Refeitório e o Lavatório, com uma bela bacia de
mármore do séc. XVI. A Sala dos Reis, tem estátuas de barro de
todos os reis portugueses até D. José e painéis de azulejo do
séc. XVIII, onde é narrada a lenda da formação do Mosteiro de
Alcobaça. A cozinha monumental, do séc. XVIII, é atravessada por
um braço do rio Alcoa e tem uma enorme chaminé. No piso superior
do Claustro, com decoração manuelina, situa-se o amplo
Dormitório dos Monges, coberto por uma abóbada de ogivas
quadrangulares apoiadas em grossos pilares octogonais. No
exterior, com acesso pela porta sul do Transepto, pode ver-se a
capela Barroca de N.ª Sr.ª do Desterro, séc. XVII. Finalmente,
recorde-se a importância cultural deste mosteiro, onde em 1269
se deram as primeiras aulas públicas de Portugal, onde se
escreveram grande parte dos Códices medievais portugueses e onde
se produziu o maior estudo histórico sobre Portugal ( Monarquia
Lusitana, séc XVII ), dirigido por Frei António Brandão e onde
se formou a primeira farmácia do reino de Portugal.
 |